"Pese embora"

O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (http://ciberduvidas.sapo.pt) dá a resposta para este caso:
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«O Dicionário Houaiss regista a expressão "pesar embora" nas seguintes construções:
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1. «ainda que tal coisa custe ou doa a» — «estamos indo bem, pese embora aos catastrofistas de plantão»;
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2. «apesar de, a despeito de» — «restabeleceu-se, pesem embora os maus-tratos recebidos».
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Trata-se de uma expressão que é de certo modo fixa, mas que permite a sua articulação com outras frases, porque constitui uma oração concessiva. O verbo é sempre pesar, que pode ser usado como transitivo indirecto, como na frase 1, ou como intransitivo, a concordar com um sujeito expresso, como se vê em 2. Esta construção vem também descrita no Novo Dicionário Lello Estrutural, Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa, de Énio Ramalho.
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A presença de embora, que é hoje uma conjunção concessiva, é neste caso arcaísmo e deve ser interpretada ainda como a aglutinação da expressão «em boa hora», tão característica do português do séc. XVI e já usada nesta fase com esse valor concessivo. Não há, portanto, redundância, no uso de pese embora.»
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Parece-me, pelo que ficou dito, que se pode aceitar como uma locução conjuncional subordinativa concessiva, tal como “apesar de” (locução, também ela, concessiva).

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