Ary dos Santos - 25 anos - Rua da Saudade


1937 - 1984
Poeta português, natural de Lisboa.

Rua da saudade, álbum que reúne as vozes de Mafalda Arnauth, Susana Félix, Viviane e Luanda Cozetti, homenageia Ary dos Santos.

Aqui fica Canção de Madrugar, Susana Félix:


De linho te vesti

De nardos te enfeitei

Amor que nunca vi

Mas sei



Sei dos teus olhos acesos na noite

Sinais de bem despertar

Sei dos teus braços abertos a todos

Que morrem devagar

Sei meu amor inventado um dia

Teu corpo há-de acender

Uuma fogueira de sol e de fúria

Que nos verá nascer



Irei beber em ti

O vinho que pisei

O fel do que sofri e dei

Dei do meu corpo chicote de força

Rasei meus olhos com mágoa

Dei do meu sangue uma espada de raiva

E uma lança de mágoa

Dei do meu sonho uma corda de insónias

Cravei meus braços com setas

Descobri rosas, alarguei cidades

E construí poetas



E nunca te encontrei

Na estrada do que fiz

Amor que não logrei

Mas quis



Sei meu amor inventado que um dia

Teu corpo há-de acender

Uma fogueira de sol e de fúria

Que nos verá nascer

Então:



Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,

Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,

Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,

Nem forcas, nem cardos, nem dardos, nem terras,

Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,

Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,

Nem terras, nem ferros, nem farpas, nem farsas

Nem MAL

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Qual é a diferença entre “maçã” e “pêro”?

O Plural dos Nomes Compostos

Parabéns, Pedro Barroso, "O último trovador".