"SEM NADA NO ESTÔMAGO"

Reproduzo aqui um excerto do artigo da Visão (12 de Junho) intitulado "O país da fome", que nos elucida sobre a situação dramática de muitas famílias portuguesas e da sua repercussão na própria escola.
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"As dificuldades que as famílias sentem não passam, obviamente, despercebidas a quem lhes acompanha os filhos todos os dias. Manuel Lemos, 59 anos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias, assegura que há creches e jardins de infância onde se reforçam as refeições às segundas e às sextas-feiras - para colmatar as falhas do fim-de-semana. Gabriela Silva, 56 anos, coordenadora do Projecto de Educação para a Saúde na Secundária D. Pedro V, em Lisboa, tem a mesma experiência: há alunos que lhe confessam que estão em jejum «porque não havia nada em casa», depois de, na véspera, terem jantado «arroz cozido». Agora, no bar da escola, há, todos os dias, um jarro de leite disponível. E Gabriela não se deu por satisfeita: está já a tentar que, para o ano, haja também uma sopa e uma peça de fruta «para quem precisar». É uma preocupação partilhada por Adriana Campos, 35 anos, psicóloga da Escola Básica 2,3, de Leça da Palmeira, no concelho de Matosinhos. «Em 12 anos de trabalho, nunca vi tantos alunos a precisarem de refeições grátis na escola.»
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Em Baião, o município mais pobre do distrito do Porto, houve entretanto uma melhoria substancial no apoio nutricional infantil - desde que a Câmara passou a garantir o almoço aos miúdos do primeiro ciclo."

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