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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Maiúsculas e minúsculas nos cargos

Temos reparado que, com muita frequência, se cometem falhas na utilização das maiúsculas e minúsculas em determinados documentos, como sejam os regulamentos internos ou actas.
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Tendo em conta a dificuldade que existe em discernir a escrita correcta, tentaremos, de forma muito simples, traçar algumas regras a ter em conta.
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Assim, em documentos normativos e reguladores, quando nos referirmos a titulares de cargos, estes devem vir escritos com letra minúscula ("coordenadores dos departamentos curriculares dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário"; "delegados de disciplina"; "directores de turma", etc.) Mesmo que se utilizem no singular, a regra deve aplicar-se na mesma ("Cabe ao director de turma gerir todo o processo...")
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Acontece, também com muita frequência, escreverem "encarregado de educação" com maiúsculas iniciais nestes mesmos documentos ou mesmo em sumários e actas de trabalho, o que não faz sentido, a não ser que, por alguma razão muito especial, se queira transmitir uma ideia de reverência. O mesmo, já agora, para os sumários ou actas em que se empregue "director de turma".
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Em tempos, defendi, baseado na ideia de personalização, que se devia distinguir, por exemplo numa acta, um director de turma específico (com maiúsculas iniciais) da designação, por outro lado, do simples cargo de director (minúsculas iniciais). Por exemplo: "O Director de Turma do 7.º 2 alertou os restantes membros..."; " O director de turma é um elo importantíssimo..." Contudo, analisando as regras contidas no acordo de 1945, por enquanto ainda em vigor, mas também o novo acordo, não se encontra nada que estabeleça esta destrinça.
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Deve-se, ainda, acrescentar que, no caso de se escrever, por exemplo numa acta, "coordenador do Departamento de Línguas", o correcto é o titular do cargo ser escrito com minúscula inicial e com maiúscula o cargo respectivo. O mesmo se pode dizer de "presidente do Conselho Executivo" ou "coordenador do 3.º Ciclo".
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Veja-se o que diz o Acordo Ortográfico de 1945 (Base XLVII):
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«Os nomes de cargos, postos ou dignidades hierárquicas, sejam quais forem os respectivos graus, assim como os vocábulos que designam títulos, qualquer que seja a importância destes, escrevem-se, em regra, com minúscula inicial, ressalvada, claro está, a possibilidade de emprego da maiúscula em complementos que os especifiquem: o arcebispo de Braga, o conselheiro F., o duque de Caxias, o imperador, o marquês de Pombal, o patriarca das Índias, o presidente da República, o rei de Inglaterra, o reitor da Universidade
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Todavia, para um estudo mais aprofundado, como, por exemplo, a utilização nas cartas, convém ver todas as especificidades delineadas no Acordo Ortográfico de 1945 e no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado em 1991. Também é deveras interessante a consulta do prontuário Erros Corrigidos de Português, de D'Silvas Filho.

Homenagem a José Fonseca e Costa no FANTASPORTO 2009



HOMENAGEM A JOSÉ FONSECA E COSTA


Filmes:


A Mulher do Próximo – Por – 84 min

Balada da Praia dos Cães – Por, Esp – 100 min

Cinco Dias, Cinco Noites – Por – 100 min

Kilas, o Mau da Fita – Por, Bra – 124 min

Sem Sombra de Pecado – Por – 104 min

Viúva Rica, Solteira não Fica – Por, Bra – 135 min

Música, Moçambique! – Moç – 90 min


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Lagoa Henriques: 1923-2009


Lagoa Henriques morreu no passado dia 21 de Fevereiro, aos 85 anos, após doença prolongada.

Lagoa Henriques era escultor, mas destacou-se também como poeta, conferencista e, até, como coleccionador. Inspirou várias gerações de artistas e é responsável por esculturas que nos transportam a memórias intemporais.

Aqui, destacamos a escultura de Fernando Pessoa que se encontra na esplanada do Café Brasileira, no Chiado, em Lisboa.
(foto)

A escultura da imperatriz Sissi, na Ilha da Madeira.
(foto)

A escultura do Papa João Paulo II, também na Ilha da Madeira.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Correntes d'Escritas 2009

Entre 11 e 14 de Fevereiro a Póvoa de Varzim assiste ao Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, que em 2009 comemora dez anos.

Um aniversário que merece ser assinalado e que por isso vai contar com um programa que, sem esquecer a atmosfera informal e de cumplicidade que caracteriza o evento, apresenta novidades.

A primeira prende-se com a nova imagem, criada por Henrique Cayatte Design, que, inspirada no mote “Original Impresso”, faz a relação entre literatura e tipografia. Outra das novidades reside no facto de o Museu Municipal celebrar a sua reabertura, após as obras de ampliação e beneficiação, recebendo não só a Sessão Oficial de Abertura, como a Conferência, proferida pelo Ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, bem como a primeira mesa de debate.

De referir ainda que a Sessão Oficial de Abertura fica marcada pelo anúncio dos vencedores dos Prémios Literários Casino da Póvoa, Correntes d’Escritas /Papelaria Locus e Correntes d’Escritas/Porto Editora e pela apresentação do oitavo número da Revista Correntes d’Escritas, inteiramente dedicada ao 10º aniversário deste Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.

São mais de 120 os escritores confirmados para esta edição, os protagonistas de toda esta Festa da Literatura que permitem ao público aceder ao mundo mágico que as suas palavras escondem não só nos livros, mas também nas mesas de debate em que participam, nas sessões de poesia que imortalizam, ou nos novos livros que apresentam ao longo de todo o evento. São também eles que fazem a “ponte” entre a Literatura e as Escolas: no passado com encontros com alunos; este ano com a realização de mesas de debate em todas as escolas básicas 2/3 e secundárias do concelho, cujos temas vão ser também recuperados de edições anteriores.

Para além de uma exposição fotográfica, o Correntes d’Escritas vai contar com edições especiais relativas aos dez anos do evento, neste caso com o lançamento de dois livros de fotografia. A tudo isto juntam-se ainda iniciativas paralelas, compostas por sessões de poesia, cinema, teatro e também por uma Feira do Livro.

Correntes d’Escritas é uma organização da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Conta com o patrocínio do Casino da Póvoa, da Norprint, do Novotel Vermar, de Henrique Cayatte Design e do Turismo de Portugal. Tem ainda o apoio da BM Car, Instituto Cervantes, Porto Editora e Papelaria Locus. Casa da América Latina, Varazim Teatro e Cineclube Octopus são os parceiros da organização.

"Bom Português"



Bom Português, rubrica de sucesso da RTP que há vários anos desafia os conhecimentos dos telespectadores, surge agora em livro com a chancela da Porto Editora.
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Com prefácio do jornalista Carlos Albuquerque, esta obra esclarece, de forma rápida e simples, as dúvidas mais comuns da língua portuguesa, tais como: feminino e plural de vocábulos, construção gramatical de certas expressões, acentuação gráfica de palavras, entre outras.
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Para uma utilização funcional, o Bom Português está dividido em quatro partes:
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Perguntas e respostas - palavras-chave, perguntas e respostas
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Glossário - definições e explicações de termos específicos da gramática, com exemplos ilustrativos
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Índice alfabético - dúvidas ordenadas alfabeticamente pelas palavras-chave
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Índice temático - dúvidas ordenadas por questões gerais, como Com acento ou sem acento?; Como se forma o plural?; Qual a forma correcta do verbo?, etc.
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Concebido para estar sempre à mão, o Bom Português é, sem dúvida, um auxiliar imprescindível para saber escrever e falar correctamente em português.
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Colecção "Frente e Verso"



A revista Visão lançou, no dia 12 de Fevereiro, uma colecção intitulada "Frente e Verso", uma vez que num mesmo livro podemos encontrar duas obras de determinado autor, uma de prosa e outra de poesia.

O primeiro livro, de Manuel Alegre, com as obras A Terceira Rosa (prosa) e Livro do Português Errante (poesia), foi gratuito, na compra da revista, mas os restantes sete poderão ser adquiridos ao preço de 50 cêntimos, todas as semanas, até ao dia 2 de Abril, o que perfaz 25 cêntimos por obra, isto é, 3,50 euros na totalidade.

O preço, neste caso, não pode ser uma desculpa para não se ler boas obras de literatura.

O nosso bem-haja por esta iniciativa, verdadeiramente em prol da leitura.


Títulos da colecção:


Dia 12 de Fevereiro (Manuel Alegre): A Terceira Rosa (prosa); Livro do Português Errante (poesia)
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Dia 19 de Fevereiro (Nuno Júdice): O Anjo da Tempestade (prosa); Pedro, Lembrando Inês (poesia)
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Dia 26 de Fevereiro (Mia Couto): O Fio das Missangas (prosa); Raiz de Orvalho e Outros Poemas (poesia)
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Dia 5 de Março (Maria Teresa Horta): Antologia de Contos (prosa); Só de Amor (poesia)
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Dia 12 de Março (Mário Cláudio): O Anel de Basalto (prosa); Dois Poemas (poesia)
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Dia 19 de Março (Ondjaki): O Assobiador (prosa); Há Prendisajens com o Xão (poesia)
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Dia 26 de Março (João Melo): The Serial Killer (prosa); Auto-Retrato (poesia)
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Dia 2 de Abril (Fernando Pinto do Amaral): Contos (prosa); Poemas Escolhidos (1990-2007) (poesia)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Klepht

"Erros por Defeito"

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Não entendes! Nunca expliquei

Por vezes o que vemos não é o que temos

De certezas nada é feito

E as nossas são histórias e mais histórias

Erros por defeito

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Mas vai ficar tudo bem

Vai ficar tudo bem

Quase que falo sem ver...

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Alimentam sonhos perfeitos

Tu queres acreditar sem duvidar de tudo

Sem esperança tens a arma em punho

Com balas de borracha que apagam o teu sonho

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Mas vai ficar tudo bem

Vai ficar tudo bem

Quase que falo sem ver...

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Mas vai ficar tudo bem

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Vês há sempre outro lado em ti

Que teima não acordar

Por esperar sempre o pior

Mas pinta um final feliz

E faz com que toda gente veja o teu final

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Vem-lhes dizer, que se tiram mais de ti

Vais continuar

Se matam por amor, que atirem sobre mim

Passo a explicar que morto não estou

Morto não estou

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"Payassu - O Verbo do Pai Grande"


"Payassu - O Verbo do Pai Grande"

De 13 de Fevereiro a 13 de Março de 2009

Igreja do Convento de Santa Clara (Vila do Conde)

Encenação/interpretação: Marcelo Lafontana

Dramaturgia: José Coutinhas

Cenografia: Marta Silva

Criação visual: Luis Silva

Composição musical: Eduardo Patriarca

Desenho de Luz: Rui Damas

Assistência de encenação: João Pedro Azul

Sistema multimédia: Luís Grifu

Produção: TFA – Teatro de Formas Animadas de Vila do Conde

«O TFA – Teatro de Formas Animadas de Vila do Conde estreia, no dia 13 de Fevereiro próximo, a adaptação teatral de um dos mais famosos textos da oratória sagrada portuguesa, o Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira, o Imperador da língua portuguesa, no dizer de Pessoa.

Esta nova produção do TFA envolve a montagem de um espectáculo performativo pluridisciplinar, promovendo a fusão entre os recursos tecnológicos da Multimédia, e as técnicas tradicionais do Teatro de Formas Animadas e da Oratória.

Este projecto foi construído ao longo do ano de 2008, quando o TFA – Teatro de Formas Animadas em Vila do Conde celebrou 10 anos de actividades e, simultaneamente, o quarto centenário do nascimento do Pe. António Vieira. Pensador intemporal e multifacetado, consciente, já no seu tempo, da urgência de adopção dos novos ventos vindos da Europa.

Um autor apaixonante para ser tratado num espectáculo como este, também ele multifacetado, também ele capaz de jogar com os modos e os módulos trazidos pela evolução dos tempos.»



Outros espectáculos teatrais


"A PARTIR DO ADOLESCENTE MÍOPE", inspirado na estreia literária de Mircea Elíade
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«O espectáculo fala da relação entre o ser humano e os livros, e da sua procura por uma voz única.» (Visão Sete, de 12 de Fevereiro)

Criação e interpretação: Graeme Pulleyn e Romulus Neagu

Música interpretada ao vivo por Luís Pedro Madeira
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Teatro Viriato (Viseu)



(http://guiadosteatros.blogspot.com)


"BONECOS & FARELOS", a partir de Gil Vicente

Encenação: António Jorge

Teatro da Cerca de S. Bernardo, Pátio da Inquisição (Coimbra)



"AUTO DA BARCA DO INFERNO", de Gil Vicente

Encenação: Rui Madeira

Cine-Teatro Constantino Nery (Matosinhos)


"EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES", de Sérgio Godinho

Encenação: Eurídice Rocha

Teatro Estúdio Bonifrates (Coimbra)

Kindle 2, a nova geração do "e-book reader" da Amazon

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«É mais fino, mais leve, a bateria aguenta mais tempo, as páginas dos livros são folheadas no ecrã mais rapidamente e tem maior capacidade de armazenamento (sete vezes mais que o modelo anterior). É a nova versão do leitor de livros electrónicos da Amazon.com, o Kindle 2, que foi apresentado ontem na Biblioteca Morgan de Nova Iorque.
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Estará disponível a partir de 24 de Fevereiro, mas os norte-americanos já podem encomendá-lo através do site da livraria on-line por 359 dólares.
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O ecrã a preto e branco é do mesmo tamanho que o do modelo anterior, usa tecnologia e-Ink e tem 16 graus de cinzento. O Kindle 2 tem menos de um centímetro de espessura (0,91 cm) e pesa 280 gramas. Tem 2 GB de memória (o que dá para mais de 1500 livros, o Kindle original só dava para 200), traz dicionário incorporado e permite que se escrevam notas de leitura.
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"O Kindle 2 tem tudo aquilo que os clientes nos disseram que adoravam no Kindle original, mas é mais fino, mais rápido, com uma maior duração de bateria e com capacidade para armazenar centenas de livros. Se quiserem, o Kindle 2 até lê alto os textos - uma inovação neste modelo" através do text-to-speech, disse ontem Jeff Bezos, fundador da Amazon.com.
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Outra novidade é que estão disponíveis na loja on-line 230 mil livros electrónicos para serem lidos no Kindle e um deles é um inédito de Stephen King.
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Este escritor subiu ao palco durante a apresentação e brincou: "I'm the entertainment", lê-se no Live blog da Cnet.news.
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Quando a Amazon lhe perguntou se ele queria escrever uma história exclusivamente para o Kindle, disse que não, mas acabou por reconsiderar. "A minha mulher costuma dizer que a lagosta é uma desculpa para se comer manteiga. Para mim, por vezes, escrever uma história é uma desculpa para escrever uma certa cena", disse.
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Isto porque na sua história entra um Kindle que tem poderes mágicos. Um professor de Inglês é surpreendido por um dos seus alunos que aparece na aula com um destes aparelhos. A novela intitula-se Ur e já está disponível para ser descarregada.»
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Isabel Coutinho, in Público on-line (10 de Fevereiro)
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Para quando livros em português?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O AMOR

«O amor pede identidade com diferença, o que é impossível já na lógica, quanto mais no mundo. O amor quer possuir, quer tornar seu o que tem de ficar fora para ele saber que se torna seu e não é. Amar é entregar-se. Quanto maior a entrega, maior o amor. Mas a entrega total entrega também a consciência do outro. O amor maior é por isso a morte, ou o esquecimento, ou a renúncia - os amores todos que são os absurdiandos do amor.
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(...) O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente? O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.»
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Bernardo Soares, in 'O Rio da Posse'

Uma imagem vale mais do que...


O vencedor do World Press Photo de 2009 é Anthony Suau (EUA), da revista Time.
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A galeria com os trabalhos premiados pode ser vista aqui.

Exposição "Eça em Caricatura" no Teatro da Trindade


«O Teatro da Trindade apresenta uma exposição do Museu Nacional da Imprensa que mostra pela primeira vez os mais diversos olhares satíricos sobre Eça de Queiroz e as personagens por ele criadas. Rafael Bordallo Pinheiro, João Abel Manta, José Vilhena, Leal da Câmara, Francisco Valença, Mário Botas, Manuel Monterroso, Sebastião Sanhudo e Stuart Carvalhais, são alguns dos artistas portugueses apresentados. Do Brasil, podem ser apreciados os desenhos feitos por Alberto Lima, Alfredo Cândido, Armando Pacheco, Vianna Moog e Mendez, entre outros. Trata-se de uma mostra singular sobre quem fez da ironia arma da literatura.»
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Outras exposições do Museu Nacional da Imprensa
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Permanentes
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"MEMÓRIAS VIVAS DA IMPRENSA"

"MINIATURAS TIPOGRÁFICAS"

"PORTOCARTOON O RISO DO MUNDO"

Temporárias
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"BICENTENÁRIO DA GAZETA DO RIO"
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"JOSÉ SARAMAGO SEGUNDO AGOSTINHO SANTOS: PINTURA E DESENHO"

"O HUMOR DE RONALDO"

"AS MANCHETES DO REGICÍDIO"

"GUTEMBERG NO CARTOON INTERNACIONAL"

"A FUGA REAL POR UM TRIZ"

"ÁGUA COM HUMOR"
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"O POETA BOCAGE ATRAVÉS DA IMPRENSA"

"JORNAIS DA LIBERDADE"

"ABRIL VINIL"

"BORDALLO PINHEIRO: UM GÉNIO SEM FRONTEIRAS"

"RÓMULO DE CARVALHO / ANTÓNIO GEDEÃO: EVOCAÇÃO ATRAVÉS DA IMPRENSA"

http://www.museudaimprensa.pt/

"Os Maias", de Eça de Queiroz, no Teatro da Trindade


Texto: António Torrado
Encenação: Rui Mendes
Cenografia e figurinos: Ana Paula Rocha
Desenho de luz: Carlos Gonçalves
Direcção musical: Afonso Malão
Interpretação: Afonso Malão, Augusto Portela, Igor Sampaio, João Didelet, José Airosa, José Fidalgo, Luis Alberto, Luis Mascarenhas, Mário Jacques, Pedro Górgia, Rogério Vieira e Sofia Duarte Silva
Produção: Fundação INATEL/Teatro da Trindade
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«Em 1867, o Teatro da Trindade abria pela primeira vez as suas portas, nascendo assim aquele que viria a ser, e permaneceu ao longo destes 140 anos, um dos mais importantes e belos Teatros de Lisboa. Alguns anos depois, em 1888, foi tornada pública a 1.ª edição de Os Maias, talvez o mais notável romance de toda a literatura portuguesa. Nele, o seu autor, Eça de Queiroz, imaginou uma significativa cena passada no Trindade. Foi esse o ponto de partida para a leitura que o dramaturgo António Torrado fez da obra, traduzindo assim em linguagem teatral o grandioso fresco da sociedade portuguesa do século XIX que, à data da sua publicação, constituiu um polémico escândalo, pela autenticidade da denúncia de uma colectividade apagada e pretensiosa, por vezes reles, por vezes ridícula.
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É um vasto friso de tipos caricaturais que nos surgem em forma de crónica de costumes, servindo de pano de fundo à trágica história amorosa de Carlos e Maria Eduarda, que, com a companhia da excentricidade de João da Ega, projecção do próprio autor, constituem o trio central do drama a que Eça deu o sub-título de "Episódios da vida romântica".
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O espectáculo que agora se apresenta no Teatro da Trindade, com encenação de Rui Mendes, permanecendo embora fiel às características originais do romance, não deixa de sublinhar a flagrante actualidade que se desprende da mesma. Será que, nos aspectos essenciais da sociedade portuguesa, mudou assim tanta coisa nos últimos cento e tal anos?
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Este espectáculo poderá contribuir para esclarecer esta dúvida.»
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Charles Darwin


Faz hoje precisamente 200 anos que nasceu, na cidade inglesa de Shrewsbury, o naturalista Charles Darwin, autor do famoso livro A Origem das Espécies, que revolucionou toda a concepção marcadamente teológica da biologia, sugerindo, entre outros aspectos, que descendemos dos símios.

«Se compararmos o ADN humano com o dos grandes símios, descobrimos uma diferença muito curiosa. Os primatas têm 24 pares de cromossomas; nós, 23. [...] Estudos posteriores mostraram que o nosso genoma e o do chimpanzé são idênticos em 98% e que cada cromossoma tem um equivalente no desse nosso primo direito... com uma excepção: o cromossoma 2 humano resulta de uma fusão de dois cromossomas, designados por 2A e 2B, que persistem separados nos grandes símios.» ("À Pesca de Genes", in Super Interessante, n.º 130)

O livro A Origem das Espécies, ou melhor, Sobre a Origem das Espécies Através da Selecção Natural, ou A Preservação das Raças Favorecidas na Luta pela Existência, foi publicado no dia 24 de Novembro de 1859, há aproximadamente 150 anos, tendo esgotado os 1250 exemplares no dia em que foi para venda.

Veja aqui algumas fotos da exposição sobre a vida e obra do autor da teoria da evolução na Fundação Gulbenkian.
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Sugestão de Leitura

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Correntes d’Escritas


A 9.ª edição do Correntes d'Escritas, "o maior encontro do país de escritores de expressão ibérica", decorrerá na Póvoa de Varzim entre 13 e 16 de Fevereiro.
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O prefixo "a-"

Falávamos, hoje de manhã, dos vários significados do prefixo "a-", a propósito de uma brincadeira de Carnaval, que se está a pensar realizar no dia 20, mais concretamente com a, digamos, palavra "adiplomado".
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Assim, numa consulta breve, por exemplo, de dois prontuários, o Novo Prontuário Ortográfico e o Prontuário Actual da Língua Portuguesa, reparamos que o prefixo "a-", de origem latina, pode ter dois significados: por um lado, afastamento e separação ("aversão", "abdicar", "abster"); por outro, aproximação e junção ("abeirar", "acorrer", "assentir"; "acebolado", "afivelado"). Se formos para o prefixo de origem grega, "an-" ou "a-", terá, esse sim, o sentido de privação e negação ("afónico", "acéfalo", "anarquia", "ateu", "amoral", "analfabeto").
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Há ainda uma outra hipótese de utilização, como elemento protético ("ajuntar" = "juntar", "amandar" = "mandar"), que funciona como apoio fonético na língua oral.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Revolutionary Road", de Richard Yates


«O primeiro romance de Richard Yates. Revolutionary Road tornou-se um clássico logo após a sua publicação em 1961. Nele Yates oferece um retrato definitivo das promessas por cumprir e do desabar do sonho americano. Continua hoje a ser o retrato da sociedade americana.
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Um casal jovem e promissor, Frank e April Wheeler, vive com os dois filhos num subúrbio próspero de Connecticut, em meados dos anos 50. Porém, a aparência de bem-estar esconde uma frustração terrível resultante da incapacidade de se sentirem felizes e realizados tanto no seu relacionamento como nas respectivas carreiras. Frank está preso num emprego de escritório bem pago mas entediante e April é uma dona de casa frustrada por não ter conseguido seguir uma promissora carreira de actriz. Determinados a identificarem-se como superiores à crescente população suburbana que os rodeia, decidem ir para França, onde estarão mais aptos a desenvolver as suas capacidades artísticas, livres das exigências consumistas da vida numa América capitalista. Contudo, o seu relacionamento deteriora-se num ciclo interminável de brigas, ciúmes e recriminações, o que irá colocar em risco a viagem e os sonhos de auto-realização.»
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O argumento do filme Revolutionary Road, de Sam Mendes, foi escrito a partir do romance de Richard Yates.

"A canção antes de ser cantada", de Justin Cartwright

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«Inspirado nas vidas de Adam von Trott e Isaiah Berlin, este romance acompanha o alemão Axel von Gottberg e o seu amigo Elya Mendel, um judeu britânico, ambos professores na idílica Oxford dos anos 30. Von Gottberg regressa à Alemanha em 1934, para se juntar à oposição a Hitler, mas Mendel denuncia-o publicamente como nazi. Von Gottberg era um activista antinazi que foi assassinado na sequência do atentado contra Hitler em 1944.»
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Valquíria
Filme realizado por Bryan Singer
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Número 1000: «Amor à camisola»



O Jornal de Letras, Artes e Ideias atingiu a edição número mil.

Há 28 anos que o JL nos brinda com cultura e se projecta na defesa e promoção da língua portuguesa.

Nas palavras do seu fundador e, desde sempre, director, José Carlos de Vasconcelos, o JL é «único em Portugal e na nossa cultura, bem como em todo o mundo da língua portuguesa». O mesmo destaca, ainda, ser «este um espaço privilegiado para os criadores, em particular os de língua portuguesa», tal como refere que o JL se destaca na «defesa dos valores humanistas». É, assim, um «projecto jornalístico, cultural e cívico» ("JL vezes 1000", in JL1000).

O caminho nem sempre foi fácil, com períodos difíceis e com um início pouco auspicioso. Contudo, o JL, graças aos profissionais que lhe dão o ser, é um exemplo único de persistência e regularidade, uma vez que nunca houve uma edição, ao longo de todos estes anos, que não tivesse saído.

«É o meu jornal de cultura, sempre será. É o nosso jornal de cultura, sempre será.» (João Ubaldo Ribeiro)

«[...] missão de aproximar pela cultura os nossos povos.» (Pepetela)

«Ele, sim, ele é na prática a verdadeira CPLP. [...] Cada número do JL é um acto de cultura, de resistência e de amor à língua portuguesa.» (Manuel Alegre)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"O Leitor", de Bernhard Schlink

«Michael Berg, um adolescente nos anos 60, é iniciado no amor por Hanna Schmitz, uma mulher madura, bela, sensual e autoritária. Ele tem 15 anos, ela 36. Os seus encontros decorrem como um ritual: primeiro banham-se, depois ele lê, ela escuta, e finalmente fazem amor. Este período de felicidade incerta tem um fim abrupto quando Hanna desaparece de repente da vida de Michael.
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Michael só a encontrará muitos anos mais tarde, envolvida num processo de acusação a ex-guardas dos campos de concentração nazis. Inicia-se então uma reflexão metódica e dolorosa sobre a legitimidade de uma geração, a braços com a vergonha, julgar a geração anterior, responsável por vários crimes.
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Perturbadora meditação sobre os destinos da Alemanha, O Leitor é, desde O Perfume, o romance alemão mais aplaudido nacional e internacionalmente. Já traduzido em 39 línguas, a obra foi adaptada ao cinema, num filme nomeado para cinco Óscares. Para além disso, este romance foi galardoado em 1997 com os prémios Grinzane Cavour, Hans Fallada e Laure Bataillon. Em 1999 venceu o Prémio de Literatura do Die Welt.»
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Clã

"Sexto Andar"


Clã


Composição: Carlos Tê


Uma canção passou no rádio

E quando o seu sentido

Se parecia apagar

Nos ponteiros do relógio

Encontrou num sexto andar

Alguém que julgou

Que era para si

Em particular

Que a canção estava a falar

...

E quando a canção morreu

Na frágil onda do ar

Ninguém soube o que ela deu

O que ninguém

Estava lá para dar

...

Um sopro um calafrio

Raio de sol num refrão

Um nexo enchendo o vazio

Tudo isso veio

Numa simples canção

...

Uma canção passou no rádio

Habitou um sexto andar

Lugar dos Afectos



O Lugar dos Afectos é um parque temático dos sentimentos, situado em Eixo, perto da cidade de Aveiro.
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O parque é constituído por sete casas, que têm nomes bastante originais: Estações da Ternura (Casa Estrelinhas no Regaço, Casa Bem Me Quer, Casa Flor da Idade, Casa Amor Perfeiro); Casa Gostar; Casa da Harmonia; Casa Romance; Casa Guarida da Esperança; Casa Prenda de Amor; Casa Flor do Sentir.

Neste espaço, há «portas que riem e rosas azuis que nascem de pedras», «há jardins em forma de coração, vulcões e arco-íris», «há casas coloridas, anfiteatros ao ar livre e caminhos azuis», «há palavras desenhadas em todos os cantos». (Visão Sete, de 29 de Janeiro)

O espaço foi idealizado e concretizado pela escritora e médica Graça Gonçalves, autora de obras como Fala-me de amor, O amigo secreto, Tchim e a Sida é assim, que destacamos das cerca de duas dezenas de obras escritas. Para além dos livros, Graça Gonçalves também concebeu vários jogos, utilizados nas escolas, como Gostar e Flor da Idade.

Nas palavras de Graça Gonçalves, «devagarinho, foi nascendo o projecto de construir um lugar de esperança e de alegria onde pudesse dar vida aos livros, jogos e não só».

«Além de poder entrar nas casas, de tamanho real mas onde tudo parece saído do imaginário - há lá árvores cor-de-rosa - os visitantes podem deambular pelos jardins, ali passar o dia e participar em ateliês de cozinha ou de escrita.» (Visão Sete)

A autora também fundou uma editora, Gostar, e uma fundação, Fundação Graça Gonçalves, com a finalidade de dar vida ao Lugar dos Afectos.


http://www.lugardosafectos.pt/

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"Escrito no mar", de Manuel Alegre


«Os 25 poemas açorianos de Manuel Alegre, acompanhados pelas fotografias de Jorge Barros, revelando-nos toda a maravilha que são as ilhas daquele arquipélago e a sua profunda ligação à alma e à História portuguesas.»
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Um poema:
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Tanto Mar
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Atlântico até onde chega o olhar.
E o resto é lava
e flores.
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Não há palavra com tanto mar
como a palavra
Açores.