Mário Cesariny de Vasconcelos


9 de Agosto de 1923
.........
.....
Poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando —
a delimitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Qual é a diferença entre “maçã” e “pêro”?

O Plural dos Nomes Compostos

Parabéns, Pedro Barroso, "O último trovador".