“CROQUIS”

Um consulente questionou-nos a respeito da utilização da palavra francesa “croquis”, que pretendia utilizar num trabalho, mas desconhecia que se tivesse de colocar o “s” final, uma vez que lemos (em francês e português) /croquí/.

Na tentativa de percebermos melhor os meandros da língua portuguesa, encetámos uma confrontação em vários dicionários. Assim, é interessante verificar que não são consensuais no que diz respeito à ortografia, pois registam entradas para “croqui”, com o plural em “croquis” (com leitura do “s”).

Desta forma, para de uma vez por todas esclarecermos este quid pro quo, colocámos esta mesma questão aos linguistas do Ciberdúvidas, que nos enviaram a seguinte resposta:

“A palavra croquis é francesa, invariável, e o seu s não se pronuncia. Em português, deve empregar-se esboço ou escorço.”

Portanto, se quisermos utilizar esta palavra, devemos escrever “croquis” (da mesma forma que escrevemos “dossier”), pondo-a em itálico ou dentro de aspas, e sem se pronunciar o “s”, uma vez que se trata de um galicismo. Conforme a explicação, esta palavra não sofre nenhuma mudança no plural, sendo o artigo que marca o número (os croquis).

Na nossa modesta opinião, achamos que é o falante que faz a língua evoluir e, portanto, por mais que nos peçam para utilizarmos outras palavras que têm o mesmo significado, acabamos por adaptar às características da nossa língua as que incorporamos por questões de moda ou frequência de utilização. Não nos repugnaria ver escrito “croqui” no singular e “croquis” no plural, sem aspas ou itálico, pois esta é a evolução normal da própria língua (veja-se a palavra “dossiê”). Se calhar, já nem se trata de evolução; esta é já a realidade do uso actual.

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