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A mostrar mensagens de abril, 2009

O que faz falta, Zeca?

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Festejamos hoje os 35 anos da Revolução dos Cravos, como ficou conhecido o golpe militar que pôs termo a mais de 40 anos de ditadura. Do rol variado de restrições que então se impunham e que a «Primavera marcelista» não soube ou não quis extinguir, destaco a censura de tudo o que então se escrevia. Sob o olhar atento dos censores, mais preocupados com palavras sediciosas do que com a qualidade da escrita, estendiam-se, carrancudos, os traços do lápis azul e, encimando uma folha, o rotundo “VISADO”. Sem dúvida que a Revolução nos possibilitou definir um caminho político para o nosso país, construído em diálogo, confronto de ideias ou ideais, muitas das vezes acalorados, demasiado românticos e, pior, com ajustes de rua, atentados, motins, que, por pouco, nos iam projectando para uma guerra fratricida. Apesar de tudo, as hostes acalmaram, muito no espírito do Condestável Nuno Álvares Pereira, que, garantida a integridade da nação, se recolheu do campo das batalhas políticas para se dedic

“Canga”, de Horácio Bento de Gouveia

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Por volta de 1946, Bento de Gouveia empreendeu a escrita desta magnífica obra, que aborda as injustiças que pesavam sobre o mundo rural madeirense, sobretudo por causa do medieval regime agrário da colonia, que obrigava o empobrecido camponês a trabalhar desalmadamente uma terra que nunca lhe poderia pertencer. O benefício era todo do senhorio, que impunha as rendas pelo amanho dos terrenos, mais as partes do que estes produzissem, não olhando às dificuldades e às inconstâncias do tempo, aos imprevistos, às maleitas, à penúria, mas somente ao lucro máximo. Chegava-se ao cúmulo de os pobres camponeses serem inspeccionados nos seus feijoeiros, a fim de o senhorio se acautelar que nenhuma vagem tinha sido arrancada do pé, pois tudo o que medrava nos terrenos não pertencia aos colonos, mas sim ao senhor, apesar de serem aqueles que cultivavam a terra e sobreviviam com os restos com que conseguiam ficar (isto quando a terra dava). Assim, em 1949, Bento de Gouveia lança Ilhéus . Numa reediçã

Dia Mundial do Livro e do Autor 2009

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Veja o portal da UNESCO

Artigos de leis, decretos e portarias

Em conversa com alguns colegas, surgiu a dúvida acerca da numeração de artigos de leis, decretos e portarias, tanto na escrita como na oralidade. Assim, após apurada demanda no ciberdúvidas e tendo por base a Nova Gramática do Português Contemporâneo , de Celso Cunha e Lindley Cintra, as conclusões foram estas: a) na escrita, observando-se que há contradição entre o falado e o escrito, propõe-se que se escreva ou sempre os ordinais ou sempre os cardinais, por uma questão de coerência (ex.: Art. 1.º, 2.º, 3.º ,... 14.º, etc. ou Art. n.º 1, n.º 2, n.º 3, ... n.º 14, etc.); b) na oralidade, devemos então seguir a regra geral que indica o ordinal até nove , e o cardinal de dez em diante (ex.: Artigo 1.º - primeiro, Artigo 2.º - segundo, etc. e Artigo 10 - dez, Artigo 11 - onze, etc.); c) não existe unanimidade acerca da utilização dos numerais ordinais e cardinais a este respeito quer nas gramáticas existentes, quer nas opiniões de consulentes diversos; d) a orientação aqui apresentada

4.ª Edição do Literatura em Viagem

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A 4.ª edição do Literatura em Viagem, o encontro de escritores organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos, com coordenação de Francisco Guedes, realiza-se entre os próximos dias 18 e 21 de Abril. Vão estar presentes autores portugueses, espanhóis, norte americanos, italianos, mexicanos, argentinos, peruanos, brasileiros e chilenos, unidos pela paixão de viajar. Ao longo do encontro serão lançados vários livros. .. http://bloguedeletras.blogspot.com/ .. Veja o programa completo no blogue do Jornal de Letras.

World Press Cartoon (5.ª edição)

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Veja os vencedores do WPC Sintra 2009 em http://www.worldpresscartoon.com/pt/index.php

Exposição "Rafael Bordalo Pinheiro - Da Caricatura à Cerâmica", no Sintra Museu de Arte Moderna

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Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro

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Depois de estar em risco iminente de fechar, esperamos que o novo investidor catapulte novamente a fábrica das Caldas da Rainha, fundada em 1884, para o lugar insubstituível que sempre ocupou no nosso país, mantendo-se, assim, o legado de Rafael Bordalo Pinheiro e do seu irmão Columbano. Parece, também, segundo notícia do JL (n.º 1005), que o Estado comprou os «moldes» de Rafael, o que assegura a sua preservação.

"Singularidades de uma Rapariga Loura", de Manoel de Oliveira, no Festival Indie

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O filme "Singularidades De Uma Rapariga Loura", de Manoel de Oliveira, será exibido em antestreia nacional no 6.º Festival Indie Lisboa, que arranca a 23 de Abril, anunciou hoje [13 de Março] a organização. O mais recente filme de Manoel de Oliveira, produzido pela Filmes do Tejo, será exibido no festival dias antes da estreia comercial nas salas de cinema, marcada para 30 de Abril. A sessão de antestreia, ainda sem data certa, decorrerá no cinema São Jorge, em Lisboa, e o cineasta deverá marcar presença. "Singularidades De Uma Rapariga Loura", uma co-produção entre Portugal, Espanha e França, é uma adaptação de um conto homónimo de Eça de Queirós, publicado no começo do século XX. A história centra-se em Macário, um jovem contabilista que se perde de amores por Luísa Vilaça, uma rapariga loira por quem fez juras de amor e casamento até que descobre uma singularidade da virtuosa noiva. Nesta nova produção, Manoel de Oliveira contou com a participação de Ricardo Trêp

Português com uma pitada de humor

Festa da Flor 2009

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Terá como tema “O Principezinho” O Governo Regional vai investir um total de 301 mil euros na Festa da Flor 2009, um evento que, de acordo com a secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, já é "o maior cartaz turístico da Madeira", na perspectiva de ser aquele que "maior retorno económico" traz à Região. .. Na apresentação da Festa da Flor 2009, a governante enalteceu ainda o aumento no número de flores dos produtores madeirenses que serão utilizadas neste cartaz turístico. .. Integrada na Festa da Flor, que decorre entre 22 e 26 do corrente mês de Abril, foi também inaugurada uma exposição alusiva à história de 'O Principezinho', patente no Espaço Infoart da secretaria de Turismo, e que reúne parte do espólio particular de Francisco Fernandes. .. Nélio Gomes .. http://www.dnoticias.pt/ ..

Filme "Um Amor de Perdição", de Mário Barroso

Dia 17 de Abril Antestreia do filme "Um Amor de Perdição" O auditório da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, Famalicão, acolhe dia 17 a antestreia do filme "Um Amor de Perdição", uma adaptação de Mário Barroso do romance de Camilo Castelo Branco. Fonte do organismo indicou hoje [7 de Abril] à Lusa que o filme, que se estreia nas salas de cinema dia 23, "é a quarta versão do eterno 'Amor de Perdição' da autoria do grande romancista". Além de já ter dado origem a quatro filmes (um deles pelo realizador Manoel de Oliveira), o romance de Camilo já inspirou inúmeras adaptações teatrais e o próprio livro continua a ter sucessivas edições, assinalou a fonte. A cerimónia conta com as presenças do realizador e dos actores Tomás Alves e Catarina Wallenstein, entre outros. "Um Amor de Perdição", de Mário Barroso, é a história de um encontro entre Simão e Teresa, sobre um fundo de conflito entre duas famílias da burguesia. Na introdução ao catálog

Soeiro Pereira Gomes

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14 de Abril de 2009 A Câmara de Baião homenageia a 25 de Abril, com uma sessão solene da Assembleia Municipal, a figura de Joaquim Soeiro Pereira Gomes, um dos escritores que marcaram o estilo neo-realista na literatura portuguesa. Soeiro Pereira Gomes nasceu faz hoje 100 anos (14 Abril de 1909), na freguesia de Gestaçô, concelho de Baião. Filho de uma família de agricultores durienses - e irmão da escritora infanto-juvenil Alice Pereira Gomes e do matemático Alfredo Pereira Gomes - Soeiro Pereira Gomes viveu também em Espinho, Coimbra, Angola e Alhandra (Vila Franca de Xira). Pautou a sua actividade pela defesa da melhoria de vida das classes trabalhadoras e pela denúncia da exploração a que estas estavam sujeitas. A sua actividade repartiu-se pela escrita - foi autor dos romances "Esteiros" (ilustrado por Álvaro Cunhal) e "Engrenagem", e do livro de contos "Contos Vermelhos" - pela dinamização cultural e desportiva da comunidade de Alhandra e pela militâ

"O Inspector Geral", de Nicolau Gogol

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Em cena no TeatroCinearte A Barraca .. .. Uma minúscula autarquia de província vive o pesadelo da visita de um Inspector-Geral anunciada por carta a um presidente da câmara modelo de populismo, corrupção e ridículo. .. Durante quase duzentos anos debateram-se opiniões sobre esta obra de Gogol. Estamos diante de uma sátira de costumes disse-se. De uma obra política? Outros defenderam “é uma obra de dimensão metafísica”, uma obra moral, um exercício de fantástico e de absurdo onde o sonho, o medo e o remorso dominam. .. Felizmente vivemos um tempo que entrelaçou Brecht com Stanislasvki e Marx com Freud. Estamos livres para olhar para este impostor, estrangeiro, diabo, nada, com a liberdade de não querermos saber o que foi ele para Gogol, mas o que pode ser para nós hoje. .. Para mim, se querem saber, estamos diante de tudo isso e de um escritor/artista a jogar às escondidas com o seu pânico. Mas sobretudo estamos num Baile de Máscaras onde ninguém é quem mostra ou, sequer, quem julga se

"Embeiçado"

Já há muito que tivemos esta conversa. Os dias foram passando e ficámos, até agora, somente pelas palavras trocadas por cima de um balcão. É quase como se só me visse em grandes planos. Já se deve ter habituado a observar os outros assim, em partes, em relampejos, em olhares. Olho para o balcão e vejo-o lá, emoldurado, como se todo aquele tabuado polido fosse o caixilho do seu trabalho. O ser, esse, não se prega, fixo, com tachas de metal. Disse, então, que numa determinada novela empregavam o termo “embeiçado” com um significado diferente daquele que conhecia, “estar sem dinheiro”. Empederni-me, pois esse era claramente um significado que não conhecia. Sempre ouvira e aplicara o sentido de “estar enamorado”, “andar pelo beicinho”. Pensei que tivesse sido um problema meu de audição e insisti consigo. Andámos, assim, durante alguns segundos, a soletrar sílabas, como se fôssemos linguistas ou teríamos perdido, sei lá, as estribeiras, no julgamento avulso de alguém que se fizesse aparecer

"Grandes Livros", a nova série da RTP2

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GRANDES LIVROS é uma série de 12 documentários, com 50 minutos cada, narrados por Diogo Infante, que pretende contribuir para a promoção da leitura das grandes obras da literatura portuguesa junto de todas as faixas etárias de falantes de português. Cada episódio contará com a participação dos principais especialistas na obra e/ou no autor em análise. .. O conceito GRANDES LIVROS assenta na análise da obra mais emblemática de um escritor português: a estória, o contexto histórico, a importância que teve/tem, a história do autor. A selecção obedece ao seguinte critério: um livro por autor; autores portugueses falecidos; obras passíveis de serem abordadas em televisão e apelarem a uma grande faixa da população. .. http://tv1.rtp.pt .. Lista de obras para a primeira série de "Grandes Livros": .. - Os Maias (Eça de Queirós) - Os Lusíadas (Luís Vaz de Camões) - O Delfim (José Cardoso Pires) - Aparição (Vergílio Ferreira) - Navegações (Sophia de Mello Breyner Andresen) - Livro

Relíquias de uma Biblioteca Escolar

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Torna-Viagem , de Horácio Bento de Gouveia .. .. Torna-Viagem é, como assume o autor no subtítulo, o romance do emigrante, em que, sempre no dizer do mesmo, “o descritivismo e a narrativa possuem uma inteireza, um visualismo e uma sobriedade retórica de estilo clássico”. .. O romance, cuja acção tem início na viragem dos anos trinta para quarenta e fim por volta do ano de setenta e sete, organiza-se em duas partes. .. Na primeira, intitulada “vidas ignoradas”, o narrador pinta a vida dos habitantes da Achada do Castanheiro, lugar da freguesia de Boaventura, onde as marcas da insularidade lhes determina o quotidiano. Duas estórias distintas e exemplares vão constituir a tessitura diegética: a do sapateiro Artur, recém-casado e preso à sua condição social, levando-o a tomar a decisão de emigrar, e a do casal Freitas, o Francisco e a Inês, que também se vê obrigado a demandar outras terras por não haver na freguesia condições económicas de sustentabilidade para o pequeno comércio em que

"Kronos", de Cristina Branco

O fado não fazia parte das escolhas de vida de Cristina Branco. As suas atenções estavam mais centradas noutras músicas e no curso de Comunicação Social que queria concluir. Mas o disco de Amália Rodrigues, que, aos 18 anos, o avô lhe ofereceu, deitou por terra ideias feitas. Foi ouvir fado ao vivo. E isso fê-la mudar de ideias. Começou a cantar. Curiosamente, foram os holandeses quem primeiramente a descobriram, vai para 11 anos. Desde então tem-se dedicado a "um desassossego e a uma procura" que se materializam em mais um disco, (o décimo da carreira), intitulado "Kronos", que estará à venda a partir de amanhã [9 de Março]. Nele reúne 14 temas inéditos com contributos de nomes como Amélia Muge, Sérgio Godinho, Manuel Alegre, Vasco Graça Moura, Rui Veloso, Vitorino, José Mário Branco, Mário Laginha... Neste disco escolheu o tema tempo como fio condutor. Porquê? Ao fim de 11 anos de carreira falar do tempo foi quase óbvio. Há cinco anos que não entrava em estúdio e

Dia Internacional do Livro Infantil

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2 de Abril Desde 1967, na data de aniversário de Hans Christian Andersen, 2 de Abril, é celebrado o Dia Internacional do Livro Infantil, com o objectivo de promover o gosto pela leitura e evidenciar os livros infantis. http://rcbp.dglb.pt/ .. Conheça a Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas: