Francesco Petrarca



20 de Julho de 1304

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O desconcerto sentimental

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Pace non trovo e non ho da far guerra

Petrarca, Canzoniere CXXXIV

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Pace non trovo e non ho da far guerra

e temo, e spero; e ardo e sono un ghiaccio;

e volo sopra 'l cielo, e giaccio in terra;

e nulla stringo, e tutto il mondo abbraccio.

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Tal m'ha in pregion, che non m'apre nè sera,

nè per suo mi riten nè scioglie il laccio;

e non m'ancide Amore, e non mi sferra,

nè mi vuol vivo, nè mi trae d'impaccio.

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Veggio senz'occhi, e non ho lingua, e grido;

e bramo di perire, e chieggio aita;

e ho in odio me stesso, e amo altrui.

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Pascomi di dolor, piangendo rido;

egualmente mi spiace morte e vita:

in questo stato son, donna, per voi.

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Tanto de meu estado me acho incerto

Camões, Rimas

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Tanto de meu estado me acho incerto,

Que em vivo ardor tremendo estou de frio;

Sem causa, juntamente choro e rio;

O mundo todo abarco e nada aperto.

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É tudo quanto sinto um desconcerto;

Da alma um fogo me sai, da vista um rio;

Agora espero, agora desconfio,

Agora desvario, agora acerto.

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Estando em terra, chego ao Céu voando;

Numa hora acho mil anos, e é de jeito

Que em mil anos não posso achar uma hora.

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Se me pergunta alguém porque assim ando,

Respondo que não sei; porém suspeito

Que só porque vos vi, minha Senhora.

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