José Aparecido de Oliveira, o obreiro da CPLP


José Aparecido de Oliveira (1929-2007),
idealizador e fundador da CPLP.
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José Aparecido de Oliveira começou a sua carreira política como secretário particular do ex-presidente Jânio Quadros, em 1962. No mesmo ano, foi eleito deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN). Em 1964, teve o mandato suspenso após o golpe militar, voltando à Câmara dos Deputados apenas em 1982. No início da década de 1980, foi um dos principais parceiros de Tancredo Neves, que mais tarde viria a ser eleito presidente do Brasil, embora tenha morrido antes de tomar posse. Entre 1985 e 1988, José Aparecido foi governador do Distrito Federal e, depois, ministro da Cultura no governo do então presidente José Sarney, de Setembro de 1988 a Março de 1990.
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No governo do ex-presidente Itamar Franco (1992-1994), Aparecido de Oliveira foi embaixador do Brasil em Portugal, ocasião em que impulsionou a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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O seu último cargo político foi como assessor especial de Relações Internacionais na administração de Itamar Franco no governo de Minas Gerais (1999-2003).
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Excerto do texto de Durão Barroso ao JL (Jornal de Letras, n.º 986), intitulado "Uma personalidade carismática", no qual o Presidente da União Europeia discorre sobre a figura de José Aparecido de Oliveira, essencialmente no seu estremado labor em prol da língua portuguesa:
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«A perseverança com que José Aparecido liderou o processo de criação da CPLP provinha da sua profunda convicção de que a língua é um dos mais sólidos alicerces de uma comunidade de povos e um elemento central na cooperação entre países que, unidos pela mesma língua, constituem um bloco de peso na era da globalização, reforçando assim a sua influência na cena internacional.
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A projecção universal da língua portuguesa, uma língua de culturas diversas, com mais de 200 milhões de falantes, é uma componente essencial da presença da Europa no mundo. Terceira língua mais falada no Ocidente - a seguir ao inglês e ao espanhol - e sétima entre mais de seis milhões de línguas faladas no mundo, o enorme potencial da língua portuguesa cria novas oportunidades económicas e culturais e facilita a cooperação entre a União Europeia e outras regiões do mundo.»
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Outra nota:
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José Carlos de Vasconcelos, numa crónica da Visão (10 de Julho de 2008), referia que em 1988 os então sete países de língua oficial portuguesa decidiram-se pela criação do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP). Contudo, tal definição nunca se concretizou, o que o leva a exortar os responsáveis para que definam um propósito a este respeito.
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Entre outras achegas dignas de consideração neste âmbito, reforça que a CPLP deveria ter outra dinâmica, o que passaria, por exemplo, por alterar o sistema de escolha do secretário-executivo da organização, que não é «escolhido em função da pessoa, por sua capacidade e competência, mas designado rotativamente pelos países-membros, por ordem alfabética», desde a criação da CPLP em 1996.
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O "erro" foi, assim, logo cometido no início, uma vez que José Aparecido de Oliveira, «o grande idealizador e obreiro da Comunidade», não foi o seu n.º 1.
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O próprio Mário Soares também defende esta mesma perspectiva, pois considera que foi «um erro imperdoável, da parte brasileira e portuguesa, que não tivesse sido designado para ser o primeiro secretário-executivo da organização, por meras razões mesquinhas e politiqueiras», José Aparecido (JL986).
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José Carlos de Vasconcelos persuade os responsáveis nestas lides a fazerem da CPLP uma organização de acção, com objectivos concretos, traduzidos numa vontade política conciliadora, para mais quando Portugal vai assumir a presidência deste organismo.
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A aposta tem de ser feita, com vigor, «na expansão e valorização da nossa língua».
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